Luisa Pecoraro
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Há exatos 264 dias eu sofria com uma dor inexplicável, a qual eu imaginava que nunca iria superar. (falei sobre isso no primeiro post). Mas, é incrível e, ao mesmo tempo, louco como o tempo passa e a vida nos apresenta a opção de recomeçar.

Um dos significados do adjetivo "louco" no dicionário é "que não é controlado, previsível, ou que é imprevisível". E posso dizer que os recomeços, seja em qualquer área e momento da vida, podem sim ser julgados como um ato de loucura, já que, infelizmente, não estamos acostumados e preparados para começar de novo. 

Cheguei a essa conclusão ouvindo um podcast hoje pela manhã, que falava dessa era pós-moderna, onde ainda estamos aprendendo a lidar com o imprevisível, com as mudanças que estão fora do nosso controle (se é que podemos ter controle sobre algo). Vivemos ainda muito embasados em condutas passadas, em costumes que eram considerados como os certos e com escolhas predestinadas.

Vamos parar para pensar um pouco mais lá trás... na época dos nossos avós e, até mesmo, dos nossos pais. Naquele período você já nascia com sua vida traçada. Existia uma receita a ser seguida para você ser bem-sucedido (aqui estamos falando de felicidade e realizações em todas as áreas, não só o profissional); nascer, crescer, estudar, fazer uma faculdade/curso, passar em um concurso, casar, ter filhos e morrer; esse era o caminho e modelo de vida valorizado. 

Graças a Deus que com o passar das décadas esse modelo foi mudando; na verdade, foi se esvaindo. Até porque não existe, não existiu e nunca irá existir uma fórmula a ser seguida, porque a vida é imprevisível. Podemos ver isso nitidamente no nosso momento atual, em que a realidade é que não sabemos, literalmente, o dia de amanhã (para você que está lendo anos depois de 2020, estamos presenciando uma das maiores pandemias vista no mundo). E, além de ser imprevisível, a forma de se ver a felicidade e de se considerar bem-sucedido muda completamente de pessoa para pessoa. Somos seres únicos, perfeitos, diferentes e formados por ideias, crenças e formas de ver a vida de modo singular.

E é a partir disso que eu digo que precisamos começar a aceitar que não existe algo certeiro, e que recomeços são necessários. Isso não quer dizer que você não deve planejar seu futuro e traçar metas, pelo contrário, temos e devemos de sonhar com o que queremos para nós. Mas é preciso trabalhar no nosso interior essa resiliência e começar a ver o lado positivo e lindo de recomeçar. Imprevistos nos trazem experiências, que nos dão bagagem de vida e que no final nos tornam mais sábios. E recomeços são as oportunidades de ver as coisas por uma nova perspectiva, com um novo olhar, trazendo a chance de tentar algo novo, de sair da nossa zona de conforto, de nos redescobrir, de nos conhecer melhor... e isso é fantástico!

Temos não só uma, como inúmeras chances de renovo, de começar do zero, de tentar várias vezes. Não tem um modelo a ser seguido; são infinitos modos de se viver. Sem existir o modo certo ou errado. Quem dita isso é você. 

Comece a olhar para esses acasos da vida como uma chance de viver algo novo e diferente do que já viveu. Não se limite, não se martirize por algo que não foi como planejado. Pelo contrário, veja se abrir uma porta com um cardápio de opções para um novo plano, uma folha em branco, um novo capítulo no seu longo seriado chamado vida. E viva! Não só uma, mas duas, três, quatro, vinte, centenas... e quantas forem necessárias vezes.


"Eu descobri você dentro de mim, quase não podia ver, mas podia sentir. Você já pode ouvir, o que eu tenho pra dizer, que eu te amo um tanto antes de você nascer..."

20 de novembro de 2019, 10 horas da manhã, 10 semanas e 2 dias de gravidez, um pressentimento.

Naquele dia senti algo diferente, um pedido de socorro. Por um momento previ que meu filho poderia vir ao mundo com alguma dor que, talvez, carregasse para o resto da vida. Naquele instante, na área de serviço da minha casa, parei e pedi a Deus que se fosse para o meu pequeno sofrer eu preferiria que Ele o levasse, para doer só a mim. E exata uma hora, meu sonho se foi.

Fisicamente? Totalmente indolor. Mas ver o meu filho, da forma que nenhuma mãe imagina, doeu mais que todas as dores que já senti em toda a minha vida. Naquela hora senti que uma parte de mim fora arrancada, deixando um vazio tão profundo ao ponto de pensar que nunca mais seria preenchido.

Medo, insegurança, desespero, tristeza, confusão, sofrimento e outros inúmeros sentimentos indecifráveis. Como algo tão comum é tão pouco falado?

Acredito que tudo tem um propósito. Deus tem um plano para todas as coisas, até mesmo as difíceis. E teve! Sim, teve um porquê.

Filho, você teve uma missão aqui: consolidar a união da mamãe e do papai, nos transformar,
nos amadurecer e nos aproximar ainda mais do nosso Pai. E você cumpriu essa missão perfeitamente, mesmo em meio a tanta aflição.

"Tenho uma convicção muito forte dentro de mim que diz que Deus não une pessoas simplesmente para uma satisfação pessoal, carnal, sentimental ou emocional. Deus une pessoas para que haja um cumprimento de um propósito." Ele nos uniu, e se cumpriu.

Eu renasci.


"O Senhor cumprirá perfeitamente todos os seus planos a meu respeito! Ó Senhor, o seu amor cuidadoso e fiel dura para sempre; por isso eu peço, não abandone as obras das suas mãos!" - Salmos 138:8
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